Apesar de tantas perseguições, divisões e muitas heresias
destruidoras e do grande progresso tecnológico e científico, a igreja de Cristo
continua viva e forte no mundo de hoje. A verdade é que milhões de pessoas
estão se convertendo a Cristo anualmente em todo o mundo, especialmente no
Brasil. Apesar disso, as lutas externas e internas da igreja são inúmeras.
Dentre os diversos problemas que afligem a igreja de hoje destaca-se a onda do
“cristianismo sem igreja”.
Na realidade, algumas das tendências contemporâneas da
sociedade atual têm contribuído para a elaboração de um “cristianismo
diferente”, isto é, um cristianismo de massa, despersonalizado e
individualista. Essa nova tendência tem contribuído para produzir um
cristianismo sem igreja. Vamos analisar algumas das características desse
desequilíbrio:
1) Rejeição da cruz.
Há uma certa tendência de estabelecer a oposição entre a pessoa de Deus e o
sofrimento. Todo sofrimento e sacrifício pessoal é rejeitado por muita gente
que se diz cristã. Em grande parte do mundo evangélico existe uma “busca
frenética de felicidade imediata”. Como dizem alguns: “Quem tem Jesus não sofre
mais”. Por essa razão, muitos fogem da igreja, pois querem evitar sofrimento. O
desafio da comunhão com o próximo implica em sofrimento!
2) Espiritualidade
individualista. Grande parte da espiritualidade de hoje é voltada
principalmente para as experiências individuais e emocionais. Para muitos a
intensidade da experiência espiritual individual prova que a ação de Deus foi
mais poderosa. Perdoar o outro, aumentar o salário da empregada, ser um cidadão
politicamente responsável não são vistos como marcas de espiritualidade; por
outro lado, sentir arrepios na coluna, paz no coração, gritar no louvor,
desmaiar de tanto poder, etc., são sinais de grande espiritualidade. Essa visão
narcisista vê o irmão em Cristo como alguém que pode “atrapalhar” a
“espiritualidade profunda”, pois Deus só é encontrado na individualidade e na
experiência sensorial intensa.
3) Rejeição de
autoridade. Há gente que não quer fazer parte da igreja, por não aceitar
submeter-se a nenhuma autoridade. Muitas são as pessoas que não querem prestar
contas da vida a ninguém. Só procuram alguém que aceite sua maneira de pensar.
São pessoas muito críticas, que só não criticam a si mesmas. Sentem-se donas da
verdade, sendo escravos de seus próprios interesses pessoais.
4) Consumismo da Fé.
Muitos hoje vêem a igreja, e o próprio evangelho, como uma mercadoria a ser
consumida. Não têm compromisso e procuram igrejas como um cliente. Em alguns
casos, há aqueles que costumam freqüentar diversas igrejas. Numa “consomem” a
boa mensagem do culto. Noutra “compram” o louvor mais “animado”, e ainda numa
terceira “desfrutam” da escola bíblica para adquirir mais informações. Tais
pessoas não se vêem como servos que devem doar-se para o Reino. Querem apenas
ser agradadas. Não enxergam o conceito de corpo, de coletividade; não podem ver
que a obra de Deus é sustentada pelo esforço de todos.
O Novo Testamento é claro quando afirma a necessidade da igreja local. A epístola aos Efésios e as pastorais são textos que falam com profundidade da igreja e devem ser estudadas com muita atenção. Os escritos neo-testamentários enfatizam a igreja enquanto reunião dos salvos em Cristo. Juntos adoram a Deus, estudam sua Palavra, edificam-se, proclamam a salvação, desenvolvem seus dons e manifestam o amor ao próximo
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